século XIII - Aproveitamento dos Recursos Naturais

 

O aproveitamento dos recursos naturais

 "Portugal vivia principalmente da agricultura: cereais, vinho e azeite constituíam a trilogia do lavrador português. Mas tanto o azeite como o trigo não chegavam, em regra, para alimentar a população.

Nas zonas litorais, a pesca e o sal desempenhavam lugar de relevo tanto na alimentação comum como na prática do comércio.

No Algarve, a actividade mais lucrativa era a venda de fruta - figos, uvas e amêndoas.

Indústria não existia. O próprio artesanato era reduzido e confinado às necessidades de consumo: fabricavam-se artigos de vestuário, calçado, objectos de ferro, madeira e barro, alfaias domésticas e agrícolas, e pouco mais."

in Oliveira Marques, "A Sociedade Medieval Portuguesa"

 

Agricultura

Pecuária

Apicultura

Silvicultura

Pesca e Salicultura

vinho, cereais,  legumes, frutos, azeite, linho

carne, lã, leite, ovos

mel e cera

madeira, cortiça, lenha, bolota

peixe, marisco, sal

                                                      

Fig.3  – Cena de pesca

 

Fig.1  – Aproveitamento dos terrenos aráveis

 

                                        

Fig.2  – Aproveitamento dos

 terrenos bravios

 

 No século XII os terrenos aráveis ocupavam pequenas áreas dispersas por todo o País. O aproveitamento dos terrenos aráveis fazia-se através da a agricultura.

 A maior parte do solo era ocupado por terrenos bravios – matagais, florestas e prados naturais. O aproveitamento dos terrenos bravios fazia-se principalmente através da prática da pastorícia e da criação de gado.

  A floresta fornecia também caça e muitos outros produtos necessários ao quotidiano da população.

 O aproveitamento do mar e rios era feito especialmente através da pesca (marítima ou fluvial) e da salicultura.

Artesanato

Nas zonas rurais, as principais actividades artesanais (produções trabalhadas à mão ou com o auxílio de ferramentas muito simples) eram o fabrico de utensílios em madeira e barro e a tecelagem. Os pastores, os agricultores e os pescadores fabricavam o seu vestuário, calçado, instrumentos e objectos de que necessitavam no dia-a-dia – alfaias agrícolas, redes de pesca, barcos, pipas, cestos, telas, velas de cera, etc.

Nas cidades, os artesãos organizavam-se por ruas de acordo com a sua especialidade. As suas oficinas eram simultaneamente lojas onde vendiam os seus produtos ao público.

Nome de uma Rua  Tanoeiro

 

Comércio

 No século XIII, para comprar ou vender os produtos, ia-se à feira.

 As feiras realizavam-se periodicamente (semanais, mensais ou anuais). Aí ocorriam os camponeses das redondezas e os almocreves.

Os almocreves eram pequenos comerciantes que transportavam de terra em terra e de feira em feira as suas mercadorias. Por essa razão os almocreves eram aproveitados pela população para o envio de encomendas e mensagens.

A criação das feiras contribuiu para o desenvolvimento do comércio interno, isto é, o comércio realizado dentro do País.

O comércio externo era feito sobretudo por via marítima. Exportava-se (o que se vendia para o estrangeiro) sobretudo sal, peixe seco, vinho, azeite, fruta, cera, mel e peles. Do estrangeiro, importavam-se (o que se comprava ao estrangeiro) cereais, tecidos, açúcar, objectos de adorno e armas que se destinavam à Corte, nobreza e clero.

Devido aos lucros do comércio, sobretudo o externo, muitos membros do povo enriqueceram, dando origem a um novo grupo social: a burguesia.