A independência do Brasil


 A independência do Brasil

 

Um novo reino

A corte portuguesa residiu no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, entre 1807 e 1821.

Durante este período, o Brasil evoluiu muito, devido à presença do rei e da família real. Todas as actividades económicas se desenvolveram: a agricultura, a indústria e, sobretudo, o comércio. D. João VI permitiu a abertura dos portos brasileiros aos estrangeiros, o que fez aumentar o seu comércio.

O Rio de Janeiro tornou-se uma cidade rica, bem organizada, onde os habitantes tinham à sua disposição todo o conforto de uma verdadeira capital. A pouco e pouco foi surgindo, no Brasil, uma burguesia forte, rica, com projectos de futuro; e, ao mesmo tempo, foi ganhando força a ideia de que o Brasil não precisava de Portugal para continuar o seu desenvolvimento. D. João VI determinou que passasse à condição de reino, embora unido a Portugal. Era um território riquíssimo em recursos naturais (terras férteis, metais preciosos, rios navegáveis) e tinha já uma população capaz de o organizar e administrar.

Muita gente achava que o Brasil deveria deixar de ser uma colónia e passar a ser um território independente.

A independência era um desejo antigo dos habitantes do Brasil; já em 1792, tinha sido morto o Tiradentes, um dos chefes de uma conspiração que queria separar o Brasil de Portugal. A presença da corte e o progresso do território davam nova força a essas ideias.

Tal como na Europa, também no Brasil os reis tinham a sua residência de Verão. Devido à presença do rei, vivia-se tão bem como em qualquer cidade europeia. As pessoas frequentavam os teatros, havia bailes e recepções. Mas a vontade de imitar os costumes europeus era tão grande que, por vezes, damas e cavalheiros quase morriam de calor. É que, debaixo de um sol tropical, insistiam em vestir tecidos ricos e pesados, apenas porque achavam que era essa a verdadeira elegância.

Independência ou morte!

Em 1821, por exigência das Cortes Constituintes, o rei e a corte regressaram ao reino. Ao partir, D. João VI nomeou o seu filho, o Infante D. Pedro, Regente do Brasil.

As Cortes Constituintes, todavia, exigiram mais: D. Pedro, herdeiro do trono português, deveria regressar a Portugal, a fim de completar a sua educação na Europa.

Foi então que D. Pedro deu o passo por que todos esperavam havia muito tempo: no dia 7 de Setembro de 1822, proclamou a independência do Brasil. Foi nas margens do rio Ipiranga, segundo a tradição, que D. Pedro terá proclamado* a independência do Brasil.

No dia 1 de Dezembro de 1822, D. Pedro foi aclamado como Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil. No entanto, só passados quase três anos, a 13 de Maio de 1825, é que D. João VI reconheceu a independência daquele território.